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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

União com Kassab gera rebelião no PT

JORNAL DA TARDE
União com Kassab gera rebelião no PT
  • 21 de janeiro de 2012 |
  • 23h00 |
Preocupados com a aproximação do PSD atrás de uma possível composição nas eleições municipais, setores da base do PT-SP criticam a direção petista pela abertura das negociações e integrantes de tendências de esquerda até ameaçam deixar a legenda caso o acordo com a sigla dirigida por Kassab prospere.
“Não admito acordo com esse prefeito e seu partido. Sou membro-fundador do PT e, caso isso ocorra, vou rasgar minha carteirinha e desfazer minha filiação”, afirma Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, vice-presidente da Central dos Movimentos Populares.
Habitação e Saúde
As tensões na base petista têm origem na desgastada relação entre a atual administração e os movimentos populares de moradia e saúde. Em 16 de julho do ano passado, em reunião que contou com cerca de 450 filiados, o setorial de habitação do PT-SP decidiu declarar Kassab “inimigo número 1 dos movimentos de habitação e dos sem-teto em São Paulo” e “recomendar ao PT em todas as suas instâncias que não realize nenhum tipo de aliança com este prefeito”. O documento elaborado falava ainda em “encaminhar uma agenda de lutas para tirar este prefeito nefasto e seus aliados da prefeitura”.
“A atual administração tem como finalidade beneficiar o setor imobiliário, e não contribuir para uma política habitacional voltada à população de baixa renda”, afirma Raimundo Bonfim, integrante do setorial de habitação petista. “É quase impossível imaginar que as lideranças vão subir no mesmo palanque com o Kassab. A origem do Kassab é o malufismo. E depois ele se aproximou do Serra”, disse ele.
O possível alinhamento com Kassab é malvisto também pela base do PT ligada ao setor de saúde, que afirma que a atual gestão promove ações para privatizar a área e diminuir o controle social sobre os equipamentos públicos. “É um governo centralizador, autoritário, que não respeita a participação das pessoas, o controle social,”diz Frederico Soares de Lima, conselheiro municipal de saúde e militante do diretório petista de Ermelino Matarazzo.
Fator Lula
Confrontados com o fato de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende o alinhamento com o PSD, os petistas demonstram certa decepção. “Ah, deixa chateado. Ele é uma referência”, diz Raimundo. “Incomoda”, confessa Frederico.
Opositora da aliança, a secretária de mobilização do PT-SP, vereadora Juliana Cardoso, diz: “A militância tá com garra de sair pra rua. Os dirigentes têm de tomar cuidado pra não quebrar isso”.
Fernando Gallo Roldão Arruda

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